nossa lei favorita ganha vida: é possível trabalhar sem abrir mão do estilo OUT OF OFFICE
Ou como a vida lá fora contribui mais para o seu trabalho do que você imagina.
Durante os dois anos de pandemia, fomos atingidos por incertezas e os limites da nossa saúde mental foram testados, nos levando ao boom do burnout, com o campo profissional servindo de principal gatilho. Em paralelo a isso, muitas empresas foram obrigadas a se adaptar ao trabalho remoto - só não era esperado o quanto o formato se tornaria benéfico para a maioria dos funcionários em termos de maior qualidade de vida.
A flexibilização do local de trabalho mudou as demandas e discussões em torno de quando e como devemos trabalhar. Agora, as pessoas buscam aquelas empresas que enxergam essa nova (e empolgante) perspectiva sobre as possibilidades de se trabalhar. O foco está no desempenho, não apenas na presença física.
E é sobre o tão citado “futuro do trabalho” que iremos tratar aqui, mas sob um ângulo especial: a partir de um relato enriquecedor de uma nômade digital. Trabalhamos com a Isadora em um contexto remoto e por conhecer a sua história, a trouxemos para colaborar nessa newsletter.
PRIMEIRO, UM CONTEXTO
Oi, eu sou a Isadora. Saí do Brasil sem data para voltar. Mas eu não “larguei tudo” e tirei um ano sabático. Eu continuo fazendo o mesmo trabalho que faço há anos, mas agora como freelancer. Tomei essa decisão porque queria ter liberdade e autonomia sobre as minhas escolhas. Eu não viajo como turista, eu não vivo de produtos digitais, não sou influenciadora de viagens e tampouco sou herdeira. Nenhum problema com as opções anteriores, mas o que sou é uma freela de estratégia digital e meu objetivo é construir um estilo de vida que me possibilite trabalhar e ir para qualquer lugar do mundo (ou do Brasil).
Em 2010 eu fiz a minha primeira viagem internacional para estudar inglês por 1 mês. Lembro perfeitamente de pensar… é isso o que quero fazer da vida: viajar. Até aí nenhuma novidade, afinal, quem não gostaria de viver viajando? Eu passei os seguintes 13 anos sonhando com isso e, eventualmente, planejando como eu ia fazer acontecer. Até que o trabalho remoto veio com força e tudo se encaixou. Compartilho agora o que eu tenho aprendido como nômade digital.
LIBERDADE GEOGRÁFICA X TRABALHO ASSÍNCRONO
Aqui fica inevitável fazer uma separação importantíssima. O próximo passo do trabalho remoto é o trabalho assíncrono, que é o meu caso. O trabalho assíncrono é aquele que considera uma flexibilidade de horário, levando em conta, inclusive, que as pessoas de uma mesma equipe estarão trabalhando em horários distintos. De fato, viver a vida lá fora, viajar e se sentir realmente dona das suas escolhas também esbarra no horário que você trabalha.
Fazer a sua própria agenda abre ainda mais portas! Para mim, por exemplo, os dias da semana já não fazem diferença. A segunda-feira já não vem rotulada de "chata" ou "dia de voltar a trabalhar". Assim como o sábado não é "dia de extravasar". Vou seguindo o ritmo do que faz sentido no momento. Uma dica é: se conheça, observe em quais momentos se sente mais produtivo para o trabalho ou determinada tarefa e se adapte como for possível.
CENÁRIO DIFERENTE, MESMOS HÁBITOS
Imagine o seguinte: você está em uma nova cidade com diversas experiências turísticas e uma nova cultura para conhecer. Mas, como eu já disse, você não está de férias. Você trabalha e tem compromissos. Então você está em um lugar diferente, mas só trabalha. É capaz de nem sair de casa. Essa é uma das maiores armadilhas que o nômade digital cai e, assim, o primeiro aprendizado que tive foi rápido e claro: ter liberdade geográfica mantendo os mesmos hábitos de uma rotina em que o trabalho tomava todo o meu tempo não fazia sentido. Eu estava apenas reproduzindo a vida que eu já levava, mas do outro lado do mundo.
Por isso, mais do que poder trabalhar remotamente, o cerne é se apossar de uma mentalidade em que o trabalho não é o centro absoluto da nossa vida. De que adianta eu estar no paraíso se eu tenho uma longa jornada em que eu não crio janelas e oportunidades de me inserir na vida daquele local? Eu precisei mudar minhas prioridades e hábitos, e me lembrar do porquê de estar viajando para, de fato, aproveitar as vantagens desse modelo remoto.
TRABALHO REMOTO NÃO É TRABALHAR DE CASA
O que me traz ao terceiro ponto: ter liberdade geográfica e só ficar dentro de casa é como ter uma Ferrari empoeirada na garagem (com o perdão da comparação clichê). É claro que é ótimo estar em casa às vezes, mas a grande vantagem desse modelo é viver a vida lá fora. Eu estou falando de viajar no meio da semana, fazer uma visita aos seus pais, trabalhar um pouco do parque, de um café gostoso, da casa de amigos e se conectar com a natureza (inclusive, trabalhar próxima à natureza é a melhor coisa do mundo).
Eu, por exemplo, vivi uma experiência incrível enquanto fazia um voluntariado na Nova Zelândia. Era uma segunda-feira e eu trabalhava da casa de um casal de idosos artistas com mais dois amigos, vendo eles pintarem, e sendo alimentada com sopa e doce de caramelo. Quando olhei para aquele cenário, a vida simplesmente fazia sentido. Há alguns meses, eu estaria naquela mesma segunda-feira sentada no escritório. E agora eu estava ali, trabalhando cercada de amor e expandindo meu mundo. Sabe qual é o maior ganho? Inspiração. É um respiro, cria movimento e coloca o seu trabalho lado a lado com outras coisas que te dão prazer.
É POSSÍVEL FAZER DIFERENTE
Com o trabalho remoto, ganhei ainda mais compromisso com as minhas entregas e capacidade de autogestão. Eu abri um espaço na minha vida pra me perguntar com honestidade como quero viver o meu dia - com liberdade, mas também responsabilidade. Vejo que ainda temos muitas portas para abrir com o trabalho remoto, mas até aqui, essa minha experiência como nômade digital já me mostrou que o bem-estar, o equilíbrio, a inspiração e a vida lá fora são muito mais importantes para a qualidade do meu trabalho do que eu podia sonhar. E minha vida também agradece.
LIFE IS (DEFINITELY) BRIGHTER OUT OF OFFICE
Sim, de fato a não obrigatoriedade da presença física permitiu que o trabalho pudesse ser gerido em outros cenários, atingindo um novo frescor e uma produtividade diferente. Afinal, o contato com a vida acontecendo – para além das paredes de um escritório – faz com que o nosso processo criativo seja mais fluido e prazeroso.
Mas, acima de tudo, possibilita a proximidade com aquilo que faz mais sentido. Famílias puderam construir uma nova forma de passar tempo juntos. Pets passaram a ter um lar. Plantas vingaram. Consertos necessários da casa foram finalmente feitos. Sem ter que esperar as férias para dar conta daquilo que só poderia ser feito em dias úteis.
Então, no meio de tantas novas e vantajosas perspectivas disponibilizadas pela modalidade remota, a pergunta que fica é: as empresas que estão preocupadas com a máxima da produtividade e, por isso, estão se apressando em voltar para o trabalho 100% presencial, vão conseguir reter talentos?
Arriscamos dizer: não.
NÃO É MENOS TRABALHO, MAS SIM MAIS VIDA
Retomando a questão anterior, trabalho remoto não significa trabalhar menos horas por dia. A verdade é que o tempo fica mais precioso. E quando algo é bem feito e bem gerido, a tendência é que os resultados sejam cada vez mais positivos – e a produtividade, nesse sentido, adquire um contorno muito mais qualitativo. Não faltam recursos tecnológicos, formas de organização e (muita) colaboração para que tudo funcione de outras maneiras, mais atualizadas e em linha com novas realidades e movimentos do mundo.
Aqui na OUT OF OFFICE, lidamos no nosso dia a dia com diversas plataformas de comunicação e gestão de projetos, além de criar uma sistematização própria para uma comunicação eficiente com guias de boas práticas e bancos compartilhados de informações. Slack, Monday e Google Agenda em muitas situações, foram essenciais para estreitar nossas interações como uma equipe. Ainda, temos os nossos encontros remotos sagrados em que conversamos sobre os aprendizados das contas de always on – que, para quem trabalha com social diariamente, sabe que todo dia é dia de aprender uma coisa diferente.
Mas, como algo imprescindível no ecossistema de uma boa gestão, inclui-se a consideração da saúde mental e a relevância de manter as relações com a equipe sempre latente. Estendemos as dailys para falar sobre aleatoriedades, marcamos happy hour nas janelas disponíveis no Google Agenda, colocamos status no Slack como se fosse o subnick do MSN.
E ah, importante dizer: aqui na OUT OF OFFICE, o grupo do WhatsApp é apenas para compartilhar fotos de pets e memes. Somos entusiastas da regra básica que não custa muito seguir com ações que ajudam a separar a vida pessoal do trabalho. E, por fim, deixamos aqui o nosso post que é a máxima evidência de que, sem dúvidas, when remote work works.
Isadora Reis (@a.isadorareis)
Content & Digital Strategist
Laís Maciel (@lmaciel_)
Content Analyst na OOO
OOO 3 FERRAMENTAS IMPRESCINDÍVEIS PARA O TRABALHO REMOTO
O Essa forma de usar o Google Agenda. Um quase diário pessoal.
O Essa otimização do uso do Slack que mostra que ele é muito mais do que um simples “WhatsApp para trabalho”.
O Esse post da The Summer Hunter compilou os melhores lugares para se trabalhar remotamente no RJ. Afinal, life is brighter OUT OF OFFICE.
TIKTOK PILLS
Quase em um movimento que se contrapõe a essa lógica do trabalho remoto, vemos diariamente na nossa #FYP o subnicho do “office” ganhando força. Perfis como GANNI têm como principal formato de conteúdo aquele que é pautado no escritório – e quando falamos desse tipo de conteúdo, com certeza você já assistiu a “OFFICE OOTD”, “O que meu chefe está usando” ou vlogs de “um dia trabalhando comigo”. Mas o que está por trás disso? Será que é realmente uma saudade dos tempos em que todos os dias da semana eram dentro de um escritório?
Definitivamente não. E a modalidade híbrida, em grande escala, está aí para mostrar que, embora o trabalho remoto não seja 100%, ainda assim ninguém está disposto mais a passar horas e horas no transporte todos os dias da semana (além de também envolver um gasto excessivo). O que acontece é que somos seres sociais, gostamos de nos arrumar, sair de casa, ver pessoas, ter a hora do cafezinho – mas todas essas atividades não implicam em necessariamente estar presente de modo físico.
Você pode ter o momento do cafezinho no meio de uma daily, ou ter o seu próprio convívio com o ambiente de uma cafeteria. Qualquer mesa pode virar seu escritório. Então, mais do que um cenário singular visto no TikTok, é sobre, mais uma vez, a vontade das pessoas em terem mais vida no seu trabalho.
Se você perdeu…
Desde que você recebeu a nossa última newsletter, nós seguimos online. Esses foram os principais posts da OUT OF OFFICE, caso você tenha perdido:
perfeitos e necessários 😍 me identifiquei demais e já identifiquei alguns pontos a melhorar 🙂
Eu acho impressionante como eu me identifico com absolutamente TUDO que vocês postam