os desejos mais sinceros da OUT OF OFFICE para social media em 2024
Sim, aqui seguimos tradições de início de ano à risca.
2023 fortaleceu ainda mais o que chamamos de “comunidade”. Vimos tendências sobre tendências e entendemos com afinco a dissolução da fronteira entre o surrealismo e a realidade. Desde “Barbie” transformando tudo em rosa até a ascensão dos “girl dinner” e “girl math”, essas estratégias impulsionaram a cultura global e continuam influenciando os nossos feeds.
Se as relações na social media continuarem ficando mais em função do “nicho” (spoiler: vai ficar), então materializar a presença, a conexão e a intencionalidade serão pilares indispensáveis. Está claro – sobretudo para quem viveu na internet ao mesmo tempo em que aprendeu a falar e andar – que estar online têm exigido e muito.
E estar online no começo do ano é ter o contato com milhares de páginas, perfis e pessoas fazendo reports de tendências sobre social media em 2024. Para além de previsões, iremos abordar os desejos mais genuínos que farão os nossos corações polegares pararem nesse novo ano.
Sem tempo para ler o report completo? Acesse o nosso post do Instagram que compilamos em highlights tudo que falamos aqui.
O TikTok abriu as portas para uma nova era de informação, trazendo a criação de conteúdo para o mainstream. Vivemos hoje na Era da Expertise em que criadores com diferentes focos e especializações estão recorrendo à criação de conteúdo nas redes para compartilhar informações e suas visões para um público global. Esse movimento também fez com que, cada vez mais, a atenção virasse um commodity nas redes sociais.
A conta realmente está cada vez mais difícil: são MAIS pessoas produzindo MAIS conteúdos com uma duração cada vez MAIS curta.
Os sentimentos de falta de conexão real e desterramento digital — que vieram com a enxurrada de informação — têm feito nossas timelines sutilmente apontarem para uma nova direção. Em um movimento de contratendência, as pessoas estão buscando conteúdos mais reais e próximos e, aos poucos, a viralização está perdendo seu posto de palavra de ordem para o sucesso, dando espaço para a autenticidade e o aprofundamento das relações com a comunidade.
E o que isso significa? Que precisamos de mais substância, mais entretenimento e mais conteúdo como uma conversa aberta. Vide um dos últimos vídeos da artista Manu Gavassi no Instagram: com duração de quase 7 minutos, ela abordou uma pauta densa de uma forma autêntica, convergindo entretenimento e profundidade na medida certa. O conteúdo reverberou nas redes sociais e fez com que as pessoas ficassem imersas assistindo até o fim (inclusive a Anitta, que se identificou, riu e chorou). Por isso, para marcas e creators, pensar em storytelling para além de um produto será a chave para se conectar em níveis mais reais com o público no próximo ano.
Recessão da atenção, cybersickness, FOLO (o Fear Of Logging Off), fadiga digital.
São tantos os efeitos caóticos que vimos circular por aí no último ano, decorrentes da grande profusão de conteúdos nas redes sociais e internet em geral, que começamos a perceber uma mudança de comportamento latente nesse contexto. Os usuários estão começando a questionar sua presença nas redes sociais e (não por menos) a desconexão digital é um movimento que vem crescendo nos últimos anos.
Essa natureza super rápida dos conteúdos alimenta o apelo irresistível, nos fisgando com a promessa de gratificação imediata. Só que, assim como cativa rapidamente, também desaparece na obscuridade, abrindo caminho para a próxima onda de conteúdo que captura a atenção do público.
Por isso, desejamos para 2024 a valorização e a importância do tempo das coisas, sobretudo nas redes sociais. Um ritmo mais saudável tanto para quem produz conteúdo, quanto para o público que o consome. Será preciso que marcas e creators desabilitem o modo piloto automático de seu público e cessem seu sentimento de FOMO, FOLO e todos os demais fears quem vêm com o digital, conduzindo-o a experiências mais profundas e significativas para além de um rápido like-and-scroll.
Trata-se de impacto, influência e inspiração.
É dedicar tempo para criar conteúdos perspicazes que ressoam profundamente com o público. Ao fornecer insights valiosos e conhecimento aprofundado, o conteúdo mais lento transparece expertise e constrói confiança. E essa confiança é a base para uma comunidade leal e envolvida.
Sim, o conteúdo orgânico ainda existe. E acreditamos nele como pilar necessário e imprescindível para qualquer outra ação — já que o orgânico, por si só, dificilmente gera números significativos, mas é fundamental para a mídia paga e os Ads fazerem diferença. Não importa a quantidade de dinheiro investido, se a base do conteúdo não for boa, os resultados serão limitados. Todo conteúdo deve ser pensado como algo que seja facilmente compartilhável e é exatamente a união entre esse conteúdo pensado organicamente e o impulsionamento posterior que alcançamos, por fim, uma estratégia em social media de excelência.
Porque o ano é 2024 e a dinâmica de conteúdo mudou e, com ela, a estratégia:
tudo é sobre entretenimento.
O ‘compartilhável’, aqui, se define normalmente como aquele conteúdo identificável e, para atingir essa aura, precisa ser autêntico e verdadeiro. Se o seu conteúdo não entreter nos poucos segundos na timeline, ele é imediatamente deslizado para cima e substituído por outro mais relatable.
Quando observamos a ascensão de páginas de memes tornando-se cada vez mais creators nas mídias sociais, entendemos tudo. É sobre ter uma linguagem pensada, explorando trends que dialoguem com os territórios de marca que, por fim, se alcança um conteúdo organicamente identificável. Porque temos um desejo inato de relacionar, interagir e identificar com o que está ao nosso redor; e absolutamente nada, nenhum meio ou ferramenta, transforma esse sentimento compartilhado em algo possível como as mídias sociais. O fenômeno de olhar para a simplicidade de um tweet, de uma pessoa segurando uma placa, de um hot topic da semana, e pensar “isso é tão eu” e querer comentar, engajar e compartilhar. Lembre-se: nunca subestime o poder de um tweet.
Esse conteúdo, já com linguagem de social, amplifica ainda mais a sua intencionalidade ao associá-lo à mídia — aqui vale destacar um hack: deixe por 24h o seu conteúdo rodando no orgânico e, após esse período, o impulsione.
Ativações de CGI, campanhas feitas com AI, FOOH (Fake Out Of Home). Neste ano, as estratégias de marca com foco no digital tiveram seu momento de glória (e de polêmicas também, não podemos negar).
Mergulhamos fundo no maravilhamento (e no espanto) que essa linguagem do espírito do tempo trouxe, borrando as linhas entre o físico e o digital, o real e o imaginário. Nos acostumamos a conviver com lojas inimagináveis e com produtos gigantescos espalhados pelas cidades. E nossa ideia de escalas se habituou a encarar como gigante um objeto que só existe em proporções minúsculas que ocupam no máximo nossas telas de celular. Mas agora, mais do que nunca, precisamos relembrar da sensação de experienciar fisicamente o deslumbre do novo.
Cada vez mais, será fundamental enfatizar a presença física não só para o retorno sobre o investimento (ROI), como também para proporcionar a efervescência coletiva e evocar a energia e o maravilhamento de se reunir em torno de um propósito compartilhado. Desde ativações IRL (In Real Life) que chamam a atenção e aparentemente dão vida aos produtos da marca, até a interatividade em tempo real fundindo o digital com os benefícios do OOH, a fisicalidade vai ser cada vez mais buscada e percebida.
E algumas marcas já iniciaram esse movimento: a Tommy Hilfiger que usou instalações de Realidade Aumentada interativas, unindo o físico ao digital; a Louis Vuitton, com suas instalações físicas na parceria com Yayoi Kusama; e a Marc Jacobs que trouxe à vida (física) sua famosa tote bag.
Então, sim: desejamos que no próximo ano, as marcas experimentem e desbravem mais a relevância do físico e das ativações IRL (In Real Life) complementando as estratégias digitais, que seguem sendo importantes e relevantes. Esse é um passo essencial para se construir reconhecimento e fidelidade, além de proporcionar experiências e estímulos únicos para seu público.
Em um mundo com conteúdo infinito, são os visuais impressionantes que muitas vezes paralisam o “scroll” incessante. Mas, para se destacar, é preciso acompanhar as mudanças estéticas e, sobretudo, estar em sintonia com os movimentos do mundo. Em 2024, veremos um processo sendo arquitetado em um nível proporcionalmente maior: o formato superando a relevância do conteúdo em si. Nos moldes das plataformas como Instagram e TikTok, o visual é o primeiríssimo sentido — e dentro disso, cabem inúmeras possibilidades e variações.
O que não cabe mais é seguir com a narrativa da aparência pela aparência. É sobre permanecer atualizado, intrigante e compartilhável.
Por isso, com um tempo tão curto, e com tantas urgências de tendências e novas linguagens digitais surgindo, a execução de grandiosas campanhas enquanto apelo central de uma marca podem não ser tão rentáveis assim mais. Afinal, estamos na era dos “social campaigns”, onde diante do desafio da falta de insumos visuais — dignos de thumb-stopping — para traduzir as necessidades diárias, comportam-se como a solução viável para trazer uma estética atual que seja envolvente, gere desejo e agregue valor para a audiência.
Depois de um ano turbulento — que se encerrou com a tendência de "férias radicais" sendo instaurada — esperamos menos avalanche de previsões e de tudo aquilo que seja impessoal.
No scroll das timelines em 2024, o que desejamos ver são conteúdos ressoando algo que, apesar de antigo, segue sendo tão essencial na hora de expressar pensamentos e sentimentos: uma história bem contada.
Cheers! O ano oficialmente começou.
OOO 3 MOMENTOS EM QUE NOSSOS DESEJOS JÁ FORAM OUVIDOS (E QUE EM 2024 ESPERAMOS SEREM AINDA MAIS RESSOADOS!)
O Essa última pop-up da Jacquemus em Seul que, mais uma vez, trabalha com o surrealismo ao trazer na fachada, a icônica Bambimou em tamanho gigante.
O Esse report da Dazed que estuda sobre a desconexão digital na geração Z.
O Esse filme que integra a campanha “Relax, it's iPhone” da Apple que centraliza o entretenimento para demonstrar uma novidade em produto. Além de um storytelling cativante, claro.
Desde que você recebeu a nossa última newsletter, nós seguimos online. Esses foram os principais posts da OUT OF OFFICE, caso você tenha perdido:
me ajudou demais!! Obrigada :)